Por muito tempo se aceitou a idéia de que a história poderia ser entendida pela noção de ciclos... ciclos formados por progresso, guerras, desastres e o fim.. e o recomeço, progresso, guerras...
Hoje já sabemos que a história da humanidade não pode ser reduzida a um destino previsível. Se assim fosse estariamos negligenciando aspectos da vida humana como o erro, o equívoco, o perdão, o tentar de novo, enfim, o papel do acaso na história.
Então, quando pensamos na História - não só na história das nações, das guerras... mas também a nossa História, como humano e agente do próprio destino - é fundamental que pensemos nestas possibilidades. Pois assim como modelos pré-concebidos de entendimento da história e esteriótipos ideais de pessoas perfeitas, textos prontos não dizem tudo a respeito da dinâmica da vida humana e não podem nos convencer do que sentimos e queremos.
É indispensável que levemos em consideração nosso próprio contexto, nossa própria história que por mais que esteja inserida na "grande História" tem suas singularidades e sua dinâmica própria.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Das liçoes e das questões do presente
Uma das importantes contribuições de Paulo Freire é em relação a tomada de consciência de que a educação é ideológica, pois como educador, não podemos ser neutros, a prática exige uma definição, uma tomada de posição, uma escolha entre isto e aquilo. Enfim, nos dá o exemplo: afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se adapta mas a de quem nele se insere. É a disposição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História. (FREIRE, 1996. pg. 54)
Adequada é a idéia que o passado deve ser sempre problematizado a partir de questões que nos preocupam no presente, caso contrário estudar o passado pode ficar sem sentido. Sendo assim, durante a aula de história, é apropriado o estabelecimento de um duplo compromisso: com o passado e com o presente (PINSKY & PINSKY, in KARNAL, 2004. pg. 23). Deste modo, o passado e a metodologia utilizada em seu ensino nas escolas devem fazer parte das problemáticas do cotidiano dos alunos e levar em conta sua diversidade cultural. Para isso vale lembrar que o professor tem como missão estabelecer articulação entre o patrimônio cultural da humanidade e o universo cultural do aluno.
Em função deste pensamento, é importante a idéia de Hilário Franco Junior de que a história do futebol não pode ser dissociada da história geral das civilizações (FRANCO JUNIOR, 2007, pg. 14). Então, a história da humanidade pode ser vista pelos gramados de futebol.
Acredito que o futebol é representativo da sociedade brasileira e dos seus significados, bem como de suas contradições. Em outras palavras, uma combinação de simbologias por meio das quais podemos estudar o Brasil.
Então, que tal questionar as questões que o futebol nos apresenta e bater uma bolinha nas salas de aula?
Adequada é a idéia que o passado deve ser sempre problematizado a partir de questões que nos preocupam no presente, caso contrário estudar o passado pode ficar sem sentido. Sendo assim, durante a aula de história, é apropriado o estabelecimento de um duplo compromisso: com o passado e com o presente (PINSKY & PINSKY, in KARNAL, 2004. pg. 23). Deste modo, o passado e a metodologia utilizada em seu ensino nas escolas devem fazer parte das problemáticas do cotidiano dos alunos e levar em conta sua diversidade cultural. Para isso vale lembrar que o professor tem como missão estabelecer articulação entre o patrimônio cultural da humanidade e o universo cultural do aluno.
Em função deste pensamento, é importante a idéia de Hilário Franco Junior de que a história do futebol não pode ser dissociada da história geral das civilizações (FRANCO JUNIOR, 2007, pg. 14). Então, a história da humanidade pode ser vista pelos gramados de futebol.
Acredito que o futebol é representativo da sociedade brasileira e dos seus significados, bem como de suas contradições. Em outras palavras, uma combinação de simbologias por meio das quais podemos estudar o Brasil.
Então, que tal questionar as questões que o futebol nos apresenta e bater uma bolinha nas salas de aula?
sábado, 12 de dezembro de 2009
Sobre a História e as questões que nos movem no presente
Paulo Freire nos deixou um legado intelectual sem tamanho. Uma de suas lições que mais acho fundamental é sobre a importância de se levar em consideração o universo cultural em que o educando vive.
É claro que nem todos os alunos tem um interesse grandioso pelo estudo da História. Em função disso, é fundamental a lição acima descrita bem como aliar a isso o conselho de Eric Hobsbawm de que o sentido da História passa questões que nos movem no presente.
É neste sentido que as Ciências Sociais, há cerca de duas décadas, vem valorizando aspectos da vida das pessoas como o pensamento, o ódio, a doença, o imaginário e, o mais importante para os seres humanos, o amor.
Qual educando nunca há de passar pelas dores e alegrias do amor? Ora, todos amamos. uns demonstram mais, outros nunca demonstram, alguns amam errado e tem até aqueles que aprendem a amar.
Uma Históra do amor, em sala de aula, é certamente um belo tema de discussão. Como aspecto da vida cotidiana de todos, torna-se de fácil ilustração.
Paulo Freire dizia que a educação é forma de mudança no mundo.
Eu aprendo, tenho História, minha história tem sentido e me modifico.
É claro que nem todos os alunos tem um interesse grandioso pelo estudo da História. Em função disso, é fundamental a lição acima descrita bem como aliar a isso o conselho de Eric Hobsbawm de que o sentido da História passa questões que nos movem no presente.
É neste sentido que as Ciências Sociais, há cerca de duas décadas, vem valorizando aspectos da vida das pessoas como o pensamento, o ódio, a doença, o imaginário e, o mais importante para os seres humanos, o amor.
Qual educando nunca há de passar pelas dores e alegrias do amor? Ora, todos amamos. uns demonstram mais, outros nunca demonstram, alguns amam errado e tem até aqueles que aprendem a amar.
Uma Históra do amor, em sala de aula, é certamente um belo tema de discussão. Como aspecto da vida cotidiana de todos, torna-se de fácil ilustração.
Paulo Freire dizia que a educação é forma de mudança no mundo.
Eu aprendo, tenho História, minha história tem sentido e me modifico.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
A Ditadura argentina nas notas de Gotan Project
A combinação entre futebol e música parece uma fórmula perfeita para ensinar História. E neste caso tenho convicção de suas ricas possibilidades.
Esta é uma banda argentina chamada Gotan Project que faz tango doidão... coisa da mais fina.
E essa música então... pultz....
Outra hora teorizo um pouco sobre a combinação Música+Aula de História.
Segue a letra
Epoca
Si desapareció
En mi aparecerá
Creyeron que murió
Pero renacerá
Llovió, paró, llovió
Y un chico adivinó
Oímos una voz, y desde un tango
Rumor de pañuelo blanco
No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos exístias
No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías, sin existir todavía
Si desapareció
En mi aparecerá
Creyeron que murió y aquí se nace
Aquí la vida renace
No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos exístias
No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías, sin existir todavía
PS. Que baita negócio com área de lingua estrangeira eim, eim !!??!!
"Futbol y Terror"
Um pouco da História da Copa do Mundo que escondeu os crimes dos militares argentinos.
A copa de 1978 foi utilizada pelos ditadores argentinos como forma de divulgar seu país, uma sinistra história que mistura política, futebol e economia, além de torturas e assassinatos.
El futbol y el terror - A ditadura argentina - 1976 - 1983
Nossos vizinhos argentinos, assim como nós brasileiros, viveram um período bastante obscuro nas decadas de 70 e 80 do século XX. Liberdades individuais e coletivas foram suprimidas, assim como a vida de muitos dos que ousaram lutar contra o regime vigente.
Uma estratégia bastante utilizada pelos governos ditatoriais para acobertar seus crimes e conter as tensoes sociais foi propaganda, na Argentina não foi diferente. Além do auxílio de parte da grande mídia argentina, tal como no Brasil, o regime foi contou com a criação de um inimigo externo (a Inglaterra, no caso da Guerra das Malvinas) e um grande evento esportivo internacional, a Copa do Mundo de 1978.
O futebol pode ser um poderoso instrumento de leitura da História, sendo possível ver nele elementos não só referentes à prática esportiva, mas também traços da sociedade, da política ou da economia de um determinado espaço.
Segundo a filósofa argentina Beatriz Sarlo, o Mundial de 78 ficou na memória dos argentinos como um acontecimento especail, isolado pela perfeição como foi construído um apaziguamento popular em um país de desaparecidos e de campos de tortura. Tal memória também foi construída em torno da Guerra das Malvinas em 1982.
Sobre a possíbilidade de ver o futebol de uma forma crítica e utilizá-lo em sala de aula, Sarlo da a seguinte dica: "Seria possível explicar-lhes (aos alunos), entre uma aprtida e outra, que, em 1978, na Argentina, uma ditadura militar assassinoue encarcerou milhares de homens e mulheres"; "se o objetvo´for ensinar costumes, é possível explicar aos alunos mais velhos como as ditaduras transformam os cenários esportivos em cenários políticos" (Sarlo, Tempo presente, pg. 124 e 126)
São muitas as possibilidades de utilização do futebol em sala de aula, esta, indicada pela argentina Beatriz Sarlo, se encaixa muito bem em tempos de copa do mundo, como será o ano de 2010.
Segue dois vídeos para facilitar o entendimento...
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